Entenda como a mobilidade urbana pode sofrer impacto positivo com o uso das novas tecnologias
O mundo está cada vez mais urbano, com mais de 54% da população vivendo nas grandes cidades. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que esse percentual atinja os 66% até 2050, trazendo enormes desafios para a mobilidade urbana.
Os congestionamentos frequentes são o pesadelo de boa parte da população. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), cerca de 31% da população brasileira passam mais de uma hora no trânsito todos os dias e 36% consideram o transporte público ruim ou péssimo, o que tem impacto direto no número de automóveis nas ruas e estradas.
Como se não bastassem os congestionamentos, o número de acidentes e o impacto ambiental ocasionado pela emissão de gases nocivos à natureza requerem medidas urgentes na resolução dessa demanda.
A solução está nas mãos da tecnologia, que tem por objetivo mudar e aperfeiçoar a forma como as pessoas se locomovem. Um dos pontos principais é a melhoria no transporte coletivo, tornando-o mais atraente, ágil e confortável, sem perder o caráter de preço acessível.
Algumas cidades do mundo saíram na frente e estão dando exemplo do uso dessas tecnologias aliadas à Internet das Coisas (IoT). Em comum, a diminuição do tempo de viagem e a regularidade do transporte público.
São novidades que agregam inteligência aos projetos de mobilidade urbana, como a instalação de GPS nos ônibus, tecnologia presente na maioria dos municípios brasileiros, que facilita o monitoramento e a avaliação das rotas, entre outros benefícios.
Por isso, a CelPlan preparou um conteúdo detalhado sobre a IoT e os transportes inteligentes.
A tendência dos transportes inteligentes como futuro da mobilidade
Quem já usa o transporte público, vê com bons olhos o acesso à internet em veículos e terminais. Apesar de muitas cidades já terem implementado o que chamam de acessibilidade digital, na maior parte dos locais ainda é muito precária, com sinal fraco e até inexistente, em razão do 5G estar sendo disponibilizado aos poucos.
No caso do transporte ferroviário (trens e metrôs), as tendências são de ampliar a disponibilidade de tráfego de dados e a consequente taxa de transferência e cobertura. Por ser um ambiente geralmente hostil aos sinais de operadoras e satélite, as redes privadas, apesar de ainda pouco acessíveis do ponto de vista financeiro, podem oferecer soluções mais imediatas aos projetos de mobilidade urbana para transporte sobre os trilhos.
Há cerca de 30 cidades inteligentes (Smart Cities) no Brasil, principalmente devido ao uso da IoT na mobilidade em algum grau. De acordo com um ranking geral do Connected Smart Cities, as que mais se destacam são São Paulo (SP), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Brasília (DF) e Vitória (ES), respectivamente.
IoT e sua importância quando o assunto é transporte
A Internet das Coisas (IoT) vem trazendo mudanças para o mundo e não seria diferente quando o assunto é transporte e mobilidade urbana.
O uso da IoT é fundamental se forem levados em consideração uma cidade, um bairro ou um projeto inteligente.
Cidades inteligentes são núcleos urbanos que utilizam de forma generalizada as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) para atingir a eficiência política, econômica, de serviços e amparar o desenvolvimento humano e social. Tudo com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos.
A CelPlan apresenta um conjunto de soluções de mobilidade para as cidades inteligentes, todas com base na IoT. São elas:
- minimizar o deslocamento populacional diário;
- melhorar as condições de acesso aos bairros mais distantes do centro;
- melhorar o fluxo de tráfego nas principais vias de transporte, seja de pedestres, ciclística, automotiva ou sobre os trilhos;
- regular o acesso às principais vias de transporte para mantê-las no fluxo máximo.
Exemplos reais de transportes inteligentes
As cidades inteligentes brasileiras que se destacam na mobilidade urbana graças à IoT possuem em comum avanços no sistema de transporte.
São Paulo, a primeira colocada no ranking nacional, conta com ciclovias estruturadas e semáforos inteligentes, além de uma cobertura em áreas públicas de banda larga para 99,8% da população.
A segunda colocada, Florianópolis, tem sistema de bilhete eletrônico nos transportes públicos, 28,3 km de ciclovias para cada 100 mil habitantes e semáforos automatizados.
No Nordeste, Fortaleza conta com o projeto Smart City Laguna, um bairro totalmente automatizado para oferecer os melhores serviços e a melhor infraestrutura de mobilidade aos moradores. O projeto tem previsão de extensão para o estado do Rio Grande do Norte, além de outros países.
No exterior, iniciativas como a de Turim, na Itália, chamam a atenção. Trata-se da primeira cidade do mundo a ter uma frota de ônibus com condução autônoma para o transporte público. Micro-ônibus inteligentes dispensam a necessidade de um motorista, em um projeto assinado pela francesa Navya. Os veículos entraram em teste em julho deste ano e foram incorporados à frota definitiva da cidade neste mês de outubro (2022).
Os testes foram coordenados pela Fundação Links e administrados pela Gtt com os recursos de financiamento do programa europeu para a inovação 2020. O projeto envolve automação e aplicativos gratuitos para dispositivos Android e iOS, que deverão ser implementados em outras cidades do continente europeu.
Vantagens e benefícios dos transportes inteligentes
Com o uso da IoT na mobilidade urbana, o desenvolvimento passa a ser notório, englobando consequências diretas nas áreas de saúde, tecnologia, educação e segurança, o que resulta em mais qualidade de vida.
A conectividade assegura acesso à cidade, viabiliza os projetos de saneamento básico, implementa ações efetivas de educação e saúde, estimulando a economia circular e colaborativa.
Com uma melhor mobilidade, as comunidades sentem os impactos quase que imediatamente, aumentando também a sensação de pertencimento e justiça social.
Não falamos apenas do uso de bilhetes eletrônicos no transporte público e do sistema de semáforos inteligentes, ou mesmo das ciclovias e linhas de metrô mais otimizadas; é a rotina de todos simplificada, acessível, tranquila e segura.
Wi-Fi nos transportes públicos
O transporte público já utiliza a IoT nas grandes cidades. A difusão da tecnologia Wi-Fi 6, a partir de 2020, ampliou a cobertura e a conectividade das empresas, poder público e cidadãos, com conectividade quase três vezes maior do que a presente no Wi-Fi 5.
Essa expansão contribui para o desenvolvimento de núcleos e de cidades inteligentes, incluindo logística, lazer, abastecimento, gerenciamento de energia, segurança e controle de tráfego.
Conforme apresenta um estudo da Universidade de Glasgow, a conectividade nos transportes públicos impacta no dinamismo das viagens, na organização dos horários e na informação para os usuários, entre outros benefícios. A ideia é aumentar a preferência da população urbana por essa modalidade de transporte.
O programa Wi-Fi Brasil entregou 14 mil novos pontos de acesso público de internet nos últimos anos, integrando 9 milhões de pessoas ao mundo digital em 3 mil cidades, sendo 79% nas regiões Nordeste e Norte.
E-bikes e carros autônomos
As chamadas e-bikes e outros dispositivos elétricos devem se tornar um dos principais meios para o deslocamento das pessoas a curtas distâncias.
Carros autônomos propõem reduzir o número de acidentes e, consequentemente, os gargalos de trânsito e o estresse nas cidades, tanto de motoristas quanto de pedestres, ciclistas e passageiros.
Com veículos e pessoas interconectados, os engarrafamentos tendem a se extinguir, até porque cada dispositivo poderá reconhecer e traçar as melhores rotas, calculadas por algoritmos.
A IoT e a inteligência artificial estão modificando a vida das pessoas, rumo a um futuro diferente e promissor para a mobilidade urbana. Conheça a CelPlan e saiba mais sobre as soluções para a sua mobilidade, para o seu bairro e sua cidade.